Há um enorme preconceito, mas não deve ser à toa. O que justifica esse “pré-conceito” é que em geral as casas têm serviços de má qualidade e oferecem o mínimo possível para a subsistência física do morador: tiram sua autonomia, características pessoais, sua história, restringem preferências e visitas.
Há enormes variações. Em diversas nações mais adiantadas, as casas de repouso são pagas pelo seguro previdenciário feito durante a vida, proporcionando melhores condições.
Há muitos fatores em jogo. Há o aspecto real – possibilidade de a família acolher o idoso, condições materiais, espaço da casa, todos trabalhando fora o dia inteiro etc. E, por outro lado, aspectos psicológicos – gratidão, vontade de estar junto e cuidar.
Geralmente há um responsável já definido pela família, mas uma decisão importante como essa deve ser compartilhada. Se o idoso estiver lúcido, deve ser uma decisão pessoal.
O mais importante é a proximidade, pois você deve fazer visitas muito frequentes para o staff entender que estão cuidando de alguém especial para você.
Visite outras casas quando possível. Observe a limpeza, a qualidade dos alimentos, o número de funcionários por plantão, se há propostas de interação e se os moradores, seus familiares e os funcionários estão satisfeitos.
Você nunca transfere a responsabilidade. Você continua sendo o responsável, apenas contratou alguém, às vezes um cuidador, às vezes uma casa de repouso, para lhe ajudar a cuidar.
Parece ser o ideal, mas nem sempre é. Pode gerar um estresse insuportável, tornar toda a família doente. Quando os cuidados vão se tornando mais complexos, ficar em casa pode ser prejudicial, pois em uma instituição já há uma equipe previamente selecionada, um serviço todo orquestrado para cuidar da situação que, em casa, será feita de maneira amadora, fragmentada, gerando desconfortos e riscos para o idoso.
Pertencimento, amor, reconhecimento por seu legado. As mágoas, de ambas as partes, devem ser superadas. É interessante notar que das bilhões de pessoas no mundo, escolhemos para ficar chateados justamente com os mais importantes para nós. O fato de ir para uma casa de repouso não significa desamor ou ingratidão. É uma circunstância da vida.